Blog do Guiafolha – Blog do Guia http://blogdoguia.blogfolha.uol.com.br Por dentro de tudo o que acontece em São Paulo Fri, 23 Dec 2016 17:49:42 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Lollapalooza: por que o festival melhorou em relação a 2014 http://blogdoguia.blogfolha.uol.com.br/2015/04/03/lollapalooza-por-que-o-festival-melhorou-em-relacao-a-2014/ http://blogdoguia.blogfolha.uol.com.br/2015/04/03/lollapalooza-por-que-o-festival-melhorou-em-relacao-a-2014/#respond Fri, 03 Apr 2015 14:00:11 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15063437.jpeg http://blogdoguia.blogfolha.uol.com.br/?p=229 Pode me chamar de otimista, mas o Lollapalooza 2015, realizado nos dias 28 e 29 de março, foi bom. Line-up antenado, estrutura eficiente, poucas filas, alto e bom som. Até a distância entre as performances, grande vilã da edição 2014 –a primeira no autódromo de Interlagos–, encurtou sutilmente (considerando o trajeto entre os palcos Skol e Onix). Parece que a organização levou a sério as reclamações do ano passado e decidiu melhorar a quarta edição nacional do evento neste endereço –-distante, mas que se provou apropriado. O festival melhorou em relação a 2014 e aponta para predominância teen e eletrônica em 2016.
Teve coisa ruim? Sim. A picaretagem dos mangos, por exemplo. O dinheiro do Lolla, um papel amarelo do tipo recibo de cartão de débito, pareceu tentar mascarar o valor real dos produtos. Um mango custava R$ 2,50. Virou piada. Teve gente que o comparou à cotação do dólar.
No fim do evento também houve reclamações de que o palco Perry, que recebeu Steve Aoki estava abarrotado. “Uma falta de respeito. Nunca mais volto aqui”, disse uma garota indignada com a falta de organização para ver o showman que distribui bolos no rosto do seu público.
Perry Farrell (Jane’s Addiction), o criador do festival norte-americano, já tinha profetizado na coletiva em 2014: “os festivais serão cada vez mais eletrônicos, pode anotar”. E não deu outra. Por experiência empírica nos gramados de Interlagos, o barulhento DJ Skrillex e Calvin Harris, do hit chiclete “Summer”, que tocaram em um dos palcos principais, o Onix, tiveram os maiores públicos do festival. O primeiro com seu post dub-step pirotécnico, encerrando a programação do sábado (28), e o outro com seu house pop progressivo fofinho fechando o domingo (29). A organização contabilizou 66 mil pessoas no primeiro dia e 70 mil no seguinte no total.
Os trintões, ou os que passaram dessa década e nem sabiam quem era a bendita Marina (do Marina and the Dimonds), que cancelou o show em cima da hora e gerou o maior bafafá, que me perdoem; Robert Plant fez mesmo um showzão com o repertório do Led Zeppelin e Jack White mandou muito com canções de suas várias fases, também com o White Stripes. Mas estavam longe de ser unânimes. E os vazios na pista do palco Skol para ver White deram certa vergonha alheia para quem esteve no lotado Arcade Fire em 2014. O line-up acabou bagunçadinho, afastando-se de sua aura alternativa de origem. No fim acabou acertando quando focou o público teen. Faz pensar o que será de 2016.­
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Abaixo a avaliação do Lollapalooza 2015 em quesitos:
Comissão de frente
Foi notável a escalação dos shows nacionais, que trouxe os goianos da psicodélica Boogarins e os potiguares da Far From Alaska, banda relativamente pequena, mas com rock pesado que vem chamando atenção. Uma pena, no entanto, que os brasileiros ainda fiquem com os piores horários.
Conjunto (interação dos elementos gerais – estrutura)
O som de todos os palcos foi digno de primeiro mundo. Era possível ouvir com clareza à distância, com exceção da falha que durou cerca de dois minutos no palco Axe no início da apresentação de St. Vincent e no início do Interpol, mais abafado que o normal até para a banda nova-iorquina. As filas dos banheiros fluíram bem assim como as dos caixas, com algumas concentrações (nada grave) em horários de pico. Para diminuir a distância entre os palcos Skol e Onix, a organização tentou criar uma “reta” entre ambos diminuindo a curva barrada por guardrails, grades e pneus. Facilitou o fluxo. Até as pilhas de lixo que eram vistas em 2014 não existiram. Faltou cerveja, no entanto, no fim do domingo (29). As barraquinhas do palco Axe não tinham mais e só as últimas Skol ainda serviam a bebida.
Harmonia (sincronia entre line-up e público)
Convenhamos, sempre vai ter alguém reclamando do line-up. Mas ele foi coerente. Convocou gente da moda, como Skrillex, Calvin Harris e Pharrell Williams. Um clássico veterano, Robert Plant, e um jovem clássico elogiadíssimo, Jack White. Trouxe também os indies, como Alt-J e St. Vincent, que levou prêmios como o Grammy de Melhor Álbum Alternativo de Rock. Além de Interpol (que ficou isolado no domingo) e Kasabian, que havia frustrado fãs ao cancelar a vinda ao Planeta Terra de 2012 —uma pena que ficou no mesmo horário da musa fashionista (QUEM É MESMO??). Mas é fato que ficou mais pop e eletrônico. O que será de 2016?
Mestre-sala e porta-bandeira (os destaques)
Calvin Harris divide o posto com Robert Plant e a performática St. Vincent ganhou o posto de musa em um festival quase só de meninos. Ganhou o público com dancinha epilética ao estilo de Ian Curtis, mostrando seu alcance de voz, tocando muita guitarra e montando nos ombros de um segurança ao fim de sua apresentação, quando trocou uma das guitarras por uma bandeira do Brasil.
Alegoria e adereço
O Lolla Market, uma espécie de feirinha ao ar livre, atraiu o público que comprou chapéus e acessórios para os cabelos e camisetas ou simplesmente usaram serviços de entrega de cartas, de fotos e de customização de roupas. Foi uma distração no meio do caminho. E os standes de marcas ficaram lotados, caso do Skol Park, que sempre tinha fila para a “arquibancada a céu aberto”.
Enredo
O pop e a música eletrônica reinaram. Mas houve espaço para o rock de Kasabian, Interpol e claro, Robert Plant e Jack White. Os embates de horários, duros no ano passado, quando foi preciso escolher entre Imagine Dragons x Portugal the Man, Phoenix x Lorde, Arcade Fire x New Order, Muse x Disclosure, só para citar alguns, não existiram. A grande dúvida ficou entre Kasabian e St. Vincent.
Fantasia
As coroas de flores, predominantes no Planeta Terra 2013 e no Lolla 2014, parecem realmente estar desaparecendo. Chapéus, shortinhos jeans, blusas cropped e quimonos compunham o look da maioria das meninas.
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