Eu nunca tinha ido a uma sessão em 4D. Até que chegou o convite para assistir a “Terremoto – A Falha de San Andreas” no Cinépolis do shopping JK Iguatemi (zona sul de São Paulo). Eu, que não sou nada fã do The Rock (ou Dwayne Johnson, como o ator resolveu ser chamado depois), decidi que, já que era para ver um filme com ele, que fosse diferente.
Fui até o cinema esperando que a sessão me surpreendesse. Confesso: tinha preconceito com sessão em 4D. Não gosto nem de 3D (não acho que o efeito melhore a imersão no filme), que dirá então um longa em QUATRO dimensões.
Quando entrei na sala, tive a impressão de que estava entrando em um simulador de parque de diversão: as poltronas são mais altas, com apoio para os pés, e há até cordas nos corredores (para ninguém cair, será?). Só faltou a trava de segurança na cadeira.
E aí o filme começou, e a poltrona logo tratou de mexer bastante. O Dwayne “The Rock” Johnson interpreta um piloto de helicóptero de resgate. Logo na primeira cena, há um acidente de carro, e lá vai ele voando para salvar a vítima.
Nesse começo, foi divertido: a poltrona mexia junto com o helicóptero e ventou bastante na sala.
Legal, né? Mais ou menos. Na trama, um enorme terremoto atinge a Califórnia, e o piloto Ray precisa ir até São Francisco para salvar sua filha. Acontece que o The Rock voa de helicóptero muitas vezes. Muitas, muitas. Mais para o meio do filme, eu já estava pensando: “pousa logo esse negócio”. Achei que a ventania me traria um resfriado.
No geral, “Terremoto – A Falha de San Andreas” é o filme ideal para uma sessão em 4D: quando os terremotos atingem a cidade, a poltrona treme junto; quando The Rock dirige o carro, viajamos com ele; quando The Rock sai em disparada numa lancha (sim, ele dirige todos os tipos de veículo no filme), água espirra na nossa cara –precisei limpar meus óculos 3D; quando os postes caem no longa, luzes piscam no cinema; quando prédios desabam, fumaça aparece na sala.
E é aí que está o efeito problemático: a fumaça. Se eu achei que a poltrona mexeu muito ou que ventou demais, isso é apenas uma opinião pessoal –há quem goste. Mas a fumaça realmente atrapalha o filme: fica na frente da projeção e faz com que o feixe de luz, que vai do fundo da sala até a tela, fique muito definido. Atrapalha mesmo a visibilidade.
Mas, no geral, a experiência foi divertida. Só que, em vez de fazer com que você tenha maior imersão no filme, até te distrai um pouco dele. Quando você está se mexendo tanto na cadeira, fica mais difícil se incomodar com absurdos do roteiro (o The Rock arranca a porta de um carro com as próprias mãos, parecendo o Hulk) ou com erros grotescos de sequência.
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