Só pelo roteiro que se destaca da maioria já vale a ida ao cinema.
“Entre Abelhas”, que estreou no fim de abril, fala sobre Bruno, um rapaz
de quase 30 anos que acaba de se separar da mulher e começa a deixar de enxergar as pessoas ao seu redor. Elas somem mesmo, literalmente.
O papel principal é de Fábio Porchat, que assina o texto com Ian SBF, o diretor —eles também são criadores do canal Porta dos Fundos.
O filme pode ser chamado de tragicomédia, porque serve como metáfora das nossas relações e da correria diária que só aumenta, mas também tem uma boa dose de humor. No elenco estão Marcos Veras, Irene Ravache, Luis Lobianco, Giovanna Lancellotti, Letícia Lima, Marcelo Valle e Silvio Matos.
Sobre o final da história, que muita gente diz ter ficado sem entender direito, Porchat diz que, na verdade, “as pessoas têm medo de entender supostamente ‘errado’, mas o legar é cada um ter a sua percepção”.
Logo abaixo, leia o bate-papo com o ator e humorista.
“Entre Abelhas” foi o terceiro filme mais visto no Brasil no último fim de semana (7 a 10/5), ficando atrás apenas das superproduções “Vingadores – Era de Ultron” e “Velozes e Furiosos 7”.
CONVERSA COM PORCHAT
A ideia do final já estava definida desde o começo ou mudou durante o processo?
Desde o início pensamos neste final mais aberto. O bom é deixar o espectador com a pulga atrás da orelha.
Na sessão que eu fui, a maioria disse que ficou sem entender o final. Achou que isso fosse rolar ou te surpreendeu?
Eu acho que as pessoas estão muito acostumadas a só assistir ao arroz com feijão. O entretenimento, de uma forma geral, tem sido entregue muito mastigadinho para todos. Aí, quando você entrega um bife para a pessoa, ela não sabe, ou tem preguiça, de cortar.
A intenção era criar essa confusão no público?
Não acredito que tenha confusão. O que acontece é que, geralmente, as pessoas querem acertar, têm medo de entender supostamente “errado”.
Mas o legal é cada um ter a sua percepção do filme, tirar suas próprias conclusões. O bom é gerar debate.
O que você mais tem escutado sobre o filme?
Que as pessoas estão surpresas porque foram ao cinema com uma expectativa e saíram de lá com uma história super diferente.
Achou mais difícil ou mais fácil fazer um filme assim, mais sério?
Achei que foi um ótimo desafio e estou bem feliz com o resultado.