Não adianta a produção avisar uma, duas, três vezes antes de começar a peça: quase sempre vai ter alguém que não vai desligar o celular. O pior é quando ATENDEM a ligação no meio da apresentação —mas isso é tão absurdo que é melhor nem colocar em discussão.
Mas o que perturba mais os atores em cena? Celular tocando (mesmo que seja só um único toque), zunzunzum de pessoas conversando ou alguém abrindo papel de bala (o que leva, na maioria dos casos, uma eternidade)?
Vários artistas responderam pra gente. Veja logo abaixo as reclamações de cada um (ah, e também tem piadinha e resposta “poética”).
E você, o que mais te irrita na plateia?
- Rafael Maia: Celular. Sem dúvida nenhuma, o maldito celular. Pessoal conversando atrapalha mais o público que quer assistir do que os atores no palco. Às vezes, o cara tá conversando ou abrindo bala na última fila. Nem dá pra ouvir do palco, mas as pessoas ao lado dele sofrem. O celular é o paroxismo do anticlímax. É virar o tabuleiro.
- Victoria Moliterno: Pessoas conversando! Sem dúvida isso atrapalha DEMAIS.
- Mika Lins: Comida é foda. Interrompi uma apresentação de “Memórias do Subsolo” por causa de uma mulher que abriu um pacote de água e sal e começou a comer. Parei, mandei interromper o convescote e comecei de novo. Celular você ainda pode pensar que a pessoa esqueceu . Mas comer e conversar não, né?
- Rafinha Bastos: A pessoa jogando sacos de merda na nossa cara. Isso costuma atrapalhar o ritmo um pouco.
- Lulu Pavarin: No palco, o que me atrapalha é conversa. Já me distrai com uma pessoa falando tão alto na plateia que achei estivesse acontecendo alguma coisa grave no teatro. Como público, tanto em cinema como no teatro, tenho arrepios de gente comendo perto de mim.
- Henrique Schafer: A falta de pelo menos um alguém na plateia.
- Rafael Primot: A pessoa indo ao banheiro no meio. Dá a impressão que você não conseguiu prender o xixi dela. E um bocejo também é um tapa na autoestima cênica (mesmo que você não tenha culpa de ela ter mudado o treino na academia, ter acordado cedo). Essas são as duas piores pra mim.
- Elvis Shelton: Os três são péssimos, mas acho que ronco alto me atrapalha mais. A pessoa que dorme em espetáculos e afins deveria ter a consciência de sentar no fundão.
- Victor Sarro: Toque no celular, quero morrer.
- Ricardo Garcia: Choro de bebê…
- Fábio Silvestre: Celular aceso e zunzunzum. A ausência de público acho que incomoda mais que tudo.
- Vanessa Tamaso: Toque de celular! Zunzunzum sempre tem em casa cheia! E casa cheia é sempre bom!
- Thiago Tavares: Pessoas filmando e fotografando é o fim. O mais engraçado é achar que ninguém está vendo.
- Fábio Moraes: Zunzunzum e celular.
- Otto Jr.: Um toque único de celular seria das três opções a menos pior. Acontece que, geralmente, toca algumas vezes até a pessoa conseguir desligar. Isso quando não atendem … Já o zunzunzum na plateia depende do teatro, em alguns a gente escuta mais, aí incomoda muito, desconcentra messssmo. Agora, a pessoa abrindo papel de bala/chiclete/amendoim durante dois minutos e lentamente, achando que está disfarçando, é muito irritante, muito. Mas, também, vai ser mais irritante ou menos irritante dependendo do quanto se ouve do palco. Difícil escolher, mas eu diria —hoje— que é o zunzunzum.
- Fábio Penna: Zunzunzum de pessoas conversando, sem dúvida.
- Cacá Toledo: Todos incomodam, nenhum impede a continuidade. Gente conversando é o pior porque você se sente cantor de churrascaria. Acho que é hora de a própria plateia cobrar a plateia. Tem coisas que me incomodam mais quando assisto do que quando estou em cena.
- Heitor Goldflus: Abrir balinha (ou lata de bebida), ruído de celular, zunzunzum… nada disso me perturba. Agora, sentar na primeira fila e balançar ou sacudir as pernas… PQP!